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Leucemia ou Linfoma de Burkitt: Entenda a Atualização na Classificação

Leucemia ou Linfoma de Burkitt: Entenda a Atualização na Classificação

 

A classificação das leucemias e linfomas evoluiu ao longo dos anos, trazendo mudanças significativas na forma como algumas doenças são categorizadas. Um dos exemplos mais marcantes é a leucemia de Burkitt, que antes era classificada como LLA-L3 na antiga classificação FAB (French-American-British). No entanto, de acordo com as diretrizes mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), essa denominação não é mais utilizada.

 

A Classificação FAB e a LLA-L3

Antigamente, a classificação FAB dividia as leucemias linfoblásticas agudas (LLA) em três subtipos principais, com base nas características morfológicas das células:

  • LLA-L1: Blastos pequenos e homogêneos.
  • LLA-L2: Blastos grandes e heterogêneos.
  • LLA-L3: Blastos grandes com citoplasma vacuolizado, característicos da leucemia de Burkitt.

Essa categorização se baseava exclusivamente na morfologia celular observada no esfregaço sanguíneo ou na medula óssea. Assim, as células da leucemia de Burkitt eram chamadas de blastos e encaixadas na LLA-L3.


A Nova Classificação da OMS: O Que Mudou?

Com os avanços na imunofenotipagem, citogenética e biologia molecular, descobriu-se que as células da leucemia de Burkitt não são realmente blastos imaturos, como ocorre nas demais LLAs, mas sim linfócitos B maduros anômalos.

Por isso, a classificação da OMS atualizou o conceito:

🔬 A leucemia de Burkitt não é mais considerada uma LLA, mas sim um linfoma de células B maduras com envolvimento leucêmico.

Isso significa que:
✅ As células que antes eram chamadas de blastos LLA-L3 agora são reconhecidas como linfócitos B maduros.
✅ A doença passou a ser classificada dentro do grupo dos linfomas de células B maduras.
✅ Quando há envolvimento da medula óssea ≥ 20%, ainda se usa o termo leucemia de Burkitt, mas o conceito baseia-se na origem celular madura e não em um blasto precursor.


Por Que Essa Mudança é Importante?

A atualização da OMS reflete um entendimento mais preciso da biologia da doença. A leucemia de Burkitt:

📌 Origina-se de células B maduras e não de blastos imaturos, como nas LLAs clássicas.
📌 Apresenta rearranjos no gene MYC, um marcador genético característico.
📌 Possui um comportamento clínico agressivo, típico dos linfomas de alto grau.

Essa mudança afeta diretamente a forma como os profissionais interpretam os exames laboratoriais e direcionam o tratamento.


Conclusão: A Leucemia de Burkitt e a Prática Laboratorial

Para os profissionais que trabalham na análise de leucemias, essa mudança reforça a importância de não se basear apenas na morfologia celular para a classificação das doenças hematológicas. A imunofenotipagem e a biologia molecular são ferramentas fundamentais para um diagnóstico preciso e atualizado.

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