E o problema não para por aí. Dependendo do profissional que estiver analisando, a mesma célula pode ser classificada de maneiras diferentes. É como aquela discussão eterna sobre a cor do vestido: uns veem azul e preto, outros veem branco e dourado. Na hematologia, o “vestido” são os neutrófilos intermediários!
Mas calma! Vamos trazer critérios concretos para esse debate.
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## O Que Diz a Literatura?
Para evitar que cada laboratório crie sua própria interpretação (e acabe parecendo um horóscopo hematológico), é fundamental seguir critérios reconhecidos. Aqui estão alguns dos mais citados:
### 📚 Critério de Cartwright
Cartwright define um
neutrófilo segmentado como uma célula onde o núcleo apresenta uma constrição de pelo menos
2/3 menor que a maior parte do núcleo.
🔹 O problema?
Isso é extremamente subjetivo! Como ninguém anda com uma régua embutida nos olhos, a mesma célula pode ser bastonete para um profissional e segmentado para outro.
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### 📚 Critério do CAP/NCCLS
O CAP/NCCLS define o
bastonete como uma célula
madura da linhagem granulocítica, curvada, com o núcleo em formato de bastão e
sem filamento de cromatina.
👉 Se
existe cromatina na ponte que une os lóbulos, a célula ainda é um
bastonete.
👉 Se o núcleo está dobrado ou superposto e
não dá para ver a conexão entre os lóbulos, é um
segmentado.
Já temos um critério mais palpável aqui, certo? Mas ainda há outra abordagem!
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### 📚
Critério de Miale
Segundo Miale,
se não houver formação de filamento de cromatina, a célula ainda é um bastonete.
🔹
Ponto positivo: Esse critério é mais
reprodutível entre diferentes profissionais, o que reduz erros e garante mais uniformidade na análise.
Porém, há um detalhe: Miale recomenda valores de referência de
até 10% de bastonetes. Então, dependendo do laboratório, a adoção desse critério pode impactar diretamente nos relatórios e interpretação clínica.
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## Qual O Melhor Critério?
Se você já trabalhou em um laboratório onde cada profissional segue um critério diferente, sabe que isso pode virar uma verdadeira torre de Babel hematológica.
O mais importante é que
um critério seja definido, seguido e padronizado por todos os profissionais do laboratório. Afinal, se cada um decidir classificar a mesma célula de um jeito, os resultados se tornam
inconsistentes e irreproduzíveis – e isso
não é aceitável em um ambiente laboratorial.
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## E Se O Laboratório Mudar O Critério?
Isso pode (e deve) ser comunicado!
Adotar um novo critério pode ser uma excelente estratégia de marketing, especialmente se for embasado na literatura científica mais atualizada.
Uma ótima prática é enviar
informativos aos médicos explicando a atualização e os novos valores de referência adotados. Isso não apenas evita dúvidas e inconsistências nos laudos, mas também fortalece a credibilidade do laboratório.
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## Quer Saber Mais?
Esse assunto rende discussões e análises detalhadas. Para te ajudar a aprofundar,
confira essa aula exclusiva do curso HemoClass LAN sobre esse assunto.
📺 Assista agora clicando
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E aí, qual critério você segue no seu laboratório? Deixe seu comentário e compartilhe sua experiência! 🚀
Veja abaixo algumas imagens sobre bastonetes que causariam uma confusão bem grande no laboratório....
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