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Alguns equipamentos automatizados liberam o índice IG - que significa granulócitos imaturos. Alguns ainda quantificam esse índice.
Mas o que é isso?
Ele é composto pela soma dos promielócitos, mielócitos e metamielócitos, com alta confiabilidade, ou seja, o IG precisa bater com a sua diferencial dessas células.
Muito se fala sobre a substituição do bastonete por esse índice, entretanto a contagem de bastonetes (diferencial manual) ainda é mais precoce em situações de inflamação aguda.
Quanto ao valor de referência é 0. Sim, em pacientes normais não se encontra metamielócito, mielocito e muito menos promielócito na diferencial.
Se aparecer o IG, e você não encontrar nenhuma dessas 3 células na diferencial, se preocupe em verificar sua coloração, local de análise e até mesmo seu conhecimento morfológico!
O IG é um marcador da “prateleira de cima” da hematologia, se você tem ele no seu equipamento, faça um informe para os médicos sobre os benefícios dele.
Entretanto a contagem de bastonete ainda é um índice mais precoce para processo inflamatório agudo!
A TALASSEMIA EXISTE!
Sim, e ainda é responsável por uma boa parcela das ANEMIAS MICROCITICAS E HIPOCRÔMICAS!
Claro que a anemia ferropriva é a doença mais comum do mundo, mas preste atenção nisso:
Se você tiver uma anemia com microcitose e hipocromia (VCM e HCM), e os índices de ferro estiverem normais, NÃO SE TRATA de anemia ferropriva.
PESQUISE TALASSEMIA!
É uma anemia hereditária, com origem na região do mar mediterrâneo aonde o problema é a diminuição da síntese de uma das cadeias de globina.
Esse fator causa várias alterações (TODAS DISCUTIDAS NO HEMOCLASS LAN), e leva à um quadro hemolítico que pode ser leve, moderado ou intenso.
Pra te encurtar a conversa, o exame que vai identificar o diagnóstico de talassemia é a eletroforese de hemoglobina.
RESUMINDO: Se o paciente apresentar anemia microcítica e hipocrômica com níveis normais de ferro, o exame que você precisa sugerir ao médico é a eletroforese de hemoglobina.
Outro fator que contribui para a talassemia é uma anemia “desde sempre”, ou seja, o paciente sempre apresentou anemia, sempre fez uso de sulfato ferroso e nunca teve resultado.
Existem estados brasileiros que a prevalência de talassemia é bem considerável, então NÃO DESCARTE ESSA POSSIBILIDADE!
Aproveito e deixo o link de um artigo que fala sobre as hemoglobinopatias e suas frequências:
https://www.scielosp.org/article/rbepid/2019.v22suppl2/E190007.SUPL.2/
Uma diluição pode mudar totalmente o que você está vendo!
Neste caso, mudou o rumo da liberação do hemograma.
Inicialmente se pensava em linfoma de pequenas células, depois da diluição ficou claro a presença de LLC (Leucemia Linfóide Crônica).
Vamos ao caso:
Paciente masculino, com 58 anos, sem diagnóstico aparente vem a um laboratório assessorado da HemoClass para fazer hemograma, em exames de rotina.
Relata somente a dor de estômago.
O primeiro hemograma apresentou uma leucometria absurdamente elevada (960.000) sem demais alterações no hemograma.
O exame foi repetido e confirmado.
A análise microscópica revelou quase que a totalidade das células hematológicas como sendo linfócitos pequenos, alguns com cromatina um pouco frouxa. Não haviam outras alterações morfológicas.
Sugerimos uma diluição 1/10 da amostra e a confecção de uma nova lâmina.
A hematoscopia então trouxe um perfil clássico de LLC: Linfócitos pequenos, prólinfócitos, e muitas manchas de Gumprecht.
O hemograma foi liberado e o paciente encaminhado para hematologista, que confirmou a sugestão encontrada pelo hemograma.
DICA DO PROFE:
Quando a celularidade da amostra for muito elevada, faça uma diluição, isso pode resolver muita coisa!
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